segunda-feira

quality critic 2.2


Mas talvez a grande diferença sejam os enquadramentos, as diferenças nas metáforas usadas no pensamento evolucionista e na crítica do Pedro. Quando esse brilhante rapaz fala de "[idéias] que impulsionam mudanças ou revoluções" vêm a mente coisas paradas que servem de apoio umas pras outras, elementos que se revelam perdurando no tempo com um pouco de limo nas frestas, mas ainda cumprindo uma função, e outros ainda soterrados por novos elementos, que por sua vez não fazem mais do que nos impedir de apreciar a força e beleza dos blocos antigos que são sua base.
É uma maneira interessante de ver as coisas, e com certeza deve ter suas virtudes em determinados contextos (como a sobreposição de interpretações históricas, as tentativas de revisionismos, as mitologias, o esquecimento, as arqueologias, etc).
Ou pra pegar a parte "viva" da metáfora usada na crítica, substitua blocos por plantas. Imagine grandes árvores se amontoando ao longo da história, algumas crescendo altas e finas, enquanto outras permanecem mais baixas, porém robustas, e tudo isso com ervas trepadeiras e plantas menores e musgos adicionando a variedade. Talvez nesse sentido seja sim uma pena a perda de algumas orquídeas, ou quando desaba um velho jequitibá, o mesmo que servia de abrigo pra tantas outras idéias.

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