terça-feira

da necessidade da diferença 1.2

De repente nós temos todo um novo jeito de pensar sobre as idéias (e sobre a cultura, que não passa de um amontoado de idéias). Não é um modelo muito novo, Darwin publicou em 1859, mas podia ter sido antes ainda. Hume quase chegou nele em 1779.
Uma idéia que queira ter uma vida longa vai precisar ser bem adaptada. Uma idéia sensacional que acabe nunca sainda da cabeça de uma pessoa não vai viver além da vida de seu portador, do mesmo jeito que um organismo perfeito que nunca se reproduza é extinto. A base pra sobrevivência é a reprodução (que nada mais é do que se copiar, com complicações nos casos sexuados). Uma idéia por mais ruím, idiota, ou chata, mas que "pegue" é garantia de duração maior. Pense naquela musiquinha xarope, mas que tem aquele refrão cretino que não sai da cabeça. Ou pior ainda, pense numa idéia que tenha em si uma instrução que faça o seu portador passar ela adiante.
Do mesmo modo que o vírus da gripe tem instruções que fazem seu portador produzir muco e espirrar (o que aumenta a possibilidade de infectar outros hospedeiros), uma idéia que tenha instruções pra seu portador contaminar o máximo possível de pessoas tem uma chance muito maior de durar no tempo. O cristianismo tem dois mil anos. Pense em quanto tempo teria durado se ao invés de pregar a palavra, os adeptos tivessem se ocupado em outras coisas?

a garçonagem me espera. depois tem mais.

Um comentário:

Piotr disse...

http://sofamofado.blogspot.com/2009/05/da-necessidade-da-diferenca-12.html