terça-feira

da necessidade da diferença 1.1

As idéias podem ser vistas como uma série de instruções no cérebro. Minha "idéia" de andar de bicicleta consiste de uma série de articulações que eu preciso fazer em certa ordem pra conseguir me equilibrar e usar a bicicleta (sentadinho, pedalando, como todo mundo faz). Evidentemente tem que ser mais complicado do que isso, talvez em múltiplas "dimensões" (tipo muitas pastas diferentes na minha memória contendo idéias agrupadas como "andar de bicicleta", uma sobre a operação mecânica em si, outra tendo umas imagens de bicicletas, outra tendo umas informações sobre bicicletas -tipo duas rodas, guidão, etc- e outra ainda com umas lembranças que eu tenho sobre bicicletas -uns tombos, um passeio específico, etc, e muitas pastas mais).
Mas o ponto é que essas instruções não só convivem felizes e tranquilas dentro da minha cabeça, elas também viajam pelas cabeças dos outros (e pelos textos, músicas, desenhos, etc). Mas as idéias não viajam literalmente, porque no momento que eu digo algo pra você, eu não esqueço do que eu disse. Você também não ouve (e pensa) exatamente o que eu disse (na verdade eu nem preciso ter dito exatamente o que eu estava pensando) porque sempre tem um pouco de ruído, de interferência. As idéias são copiadas de uma mente pra outra sempre com pequenos erros, pequenas mutações. E como nossa memória é limitada, e nosso tempo divulgando idéias uns pros outros também é finito, só as idéias mais contagiantes vão proliferar.

Um comentário:

Eduardo Ferreira disse...

chicletando o necessário e o desnecessário foi mudando o seu mundo.