segunda-feira

restless dreams ii






Francis Bacon, pros valentes.

Neuras 2.4

O cérebro seria então inútil pra entender a mente? Claro que não. Não importa o quão filosófico o psicólogo se proponha a ser, o contraste com as evidências é a grande ferramenta da ciência. O cérebro (e os experimentos psicológicos de laboratório) são a grande arena de falsiabilidade das teorias da mente. O que começou com o problema da indução tem uma resposta bem funcional (na minha modesta opinião) na idéia do Popper de falseabilidade (que também tem seus probleas filosóficos, particularmente Quine -mas aí já é filosofia pesada- desse que foi um dos poucos behavioristas inteligentes).
Exemplo: um dos principais argumentos de Descartes pra mente ser uma coisa à parte da realidade física (alma, espírito, etc) era sua indivisibilidade. Se ele tivesse conversado com algum médico familiarizado com lesões cerebrais (mesmo naquela época) poderia ter visto as evidências em contrário, como as bizarras alterações cognitivo-comportamentais que Oliver Sacks descreve em seus livros.
Outro exemplo é Aristóteles. Demonstrando o perigo de não ter um método experimental, as conjecturas do grande filósofo o levaram a pensar que a função do cérebro era resfriar o sangue. Eu não consigo imaginar como alguém consegue ignorar tantos motivos pra achar que o cérebro tem alguma coisa a ver com o pensamento, mas Aristóteles conseguiu. Se bem que lembro vivamente de alunos (e professores) na UnB falando que a mente é mais do que o cérebro, ou que a mente seria distribuida pelo corpo todo (?!), ignorando que ninguém nunca ficou amnésico por quebrar o braço, ou curou sua epilepsia com uma cirurgia de redução de estomago...
É no contraste das idéias com as evidências empíricas que se cortam os excessos. É a diferença entre Freud e Cajal, Jung e Ebbinghaus. Importâncias clínicas a parte (e elas são enormes) o impacto que o acúmulo de dados com os quais contrapor teorias teve pra psico e neurologia é muito maior que as idéias em si. Mas dados não criam teorias, dados são acumulados pra corroborar ou destronar idéias. As curvas (e métodos) desenvolvidos por Ebbinghaus tem que fazer parte de qualquer teoria sobre como funcione a memória, mas elas em si não fazem mais do que isso. No entanto, são o suficiente pra criar amplas dúvidas sobre os delírios junguianos. Do mesmo jeito, as descobertas de Cajal puseram (desde aquela época) serias incompatibilidades com as pulsões freudianas.
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Enfim, é isso. Essa é minha crítica a idéia de que a neurologia é a chave pra se entender a mente.

Neuras 2.3

Esse formato aforismático tem desvantagens que casam com a minha preguiça direitinho, por isso, sem mais refinamentos, o porquê do cerebro não ser A resposta pra nossa atual ignorância sobre o que é a mente.
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Comecemos de ladinho.
Suponha que um economista queira entender a economia de um país. Ora, economia é só um nome que damos a uma abstração composta de N agentes trocando coisas por coisas. Essas coisas podem ser coisas físicas mesmo, podem ser idéias, podem ser o meu trabalho por um determinado tempo, etc. Nas economias modernas, no entanto, consolidou-se o meio de troca de coisas conhecido por dinheiro. Quase tudo o que hoje se chama de economia acontece envolvendo dinheiro, e tudo o que envolve dinheiro é chamado de economia. As coisas inclusive são reconhecidas só em função de quanto dinheiro elas valem (na economia), e por isso não é um exagero dizer que a economia pode ser vista como a circulação de dinheiro entre agentes. Entender as propriedades (físicas) do dinheiro (moeda, papel, cheque, etc) é sem dúvida interessante e complementar pra se entender a economia. Mas a não ser que se tenha um esquema pra tentar encaixar toda aquela circulação de dinheiros, saber que na nota de R$ 50 tem uma onça, ou entender como se desenha uma marca d´água, não esclarece nada.
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Um livro trás os mesmos problemas. As propriedades físicas do papel, o conhecimento exato da fonte usada nas letras, saber exatamente onde começa um capítulo, ser capaz de criar até mesmo um índice remessivo, etc, não adianta nada se você não sabe traduzir em que língua está escrito o texto. Os carácteres escritos no livro são pistas interessantes, afinal, um livro que tenha uma diversidade muito maior de caracteres deve estar escrito em uma lingua com mais fonemas (mas a lingua escrita com menos caracteres pode simplesmente estar escondendo regras combinatórias como lh, nh, th, em exemplos familiares). Podemos até estabelecer correlações estatísticas super-interessantes, como inventar dois conjuntos -e chama-lo de vogais e consoantes- e dizer que eles geralmente se alternam (aposto que isso tem uma correlação estatística, ehehe). O que isso ajudou a entender o texto? Nada. Sem um dicionário e uma gramática não temos como saber o que o livro diz.
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Imagine agora que você tenha um problema no seu computador e queira checar a compatibilidade das suas placas novas (que acabou de instalar no gabinete) com um monte de softwares que você queria instalar tinha tempo. Detalhe: seu monitor não funciona, você vai ter que fazer isso só medindo a carga elétrica de cada transístor.
Tudo bem, um exemplo menos impossível. Imagine querer entender como funciona um jogo complexo, como o World of Warcraft (com seus 12 milhões de usuários oficiais), só que só tendo acesso aos roteadores dos provedores e usuários. Tudo bem, quer um desconto? As vezes tu pode escolher um output de um jogador e filmar em tempo real com a atividade de algum roteador, pode até digitar os comandos que quiser no teclado e mouse desse jogador. Boa sorte em tentar entender como funciona o jogo: quais suas regras (como o programa transforma input em output, qual o formato de seu banco de dados, etc, algo como o código fonte), quais os objetivos do jogo, o porque das pessoas jogarem, etc.
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Todos esses problemas são análogos à relação mente-cérebro. Não me entenda errado: a mente não é nada além do cérebro. Não acredito em dualismos, emergentismos ou epifenomenalismos, muito menos em behaviorismos. O problema é saber qual a configuração computacional que chamamos de mente.

sexta-feira

os outros 6

Estava aprendendo a controlar sua infofilia: não passava nem perto do computador. Lia livros como um alcoolatra que come bombons de licor pra evitar a garrafa de vodka.
Tinha passado do pior aspecto da patologia, quando o infofílico deixava de parecer um alcoolatra e ficava ganância pura -nem sequer aprendia nada sobre o que via, seu prazer era na pura sensação de folhar gigabites de informação geralmente desconexa e irrelevante.
Os sintomas chegaram no extremo quando seus olhos doiam e mesmo assim ele não os piscava na frente do pc, alternando posturas desconfortáveis na cadeira, na cama, no chão, laptop no colo. Uma das piores partes eram as músicas. Não ficava mais do que trinta segundos em cada uma, vertiginosamente zapeando pelas discografias que nunca conseguiu ouvir.
Um dia sua família fez uma intervenção. Não conseguiam mais manter uma conversa com o rapaz porque esse não ficava num assunto (desconfiavam que nem em pensamento) por nenhum tempo inteligível.
Hoje está mais controlado, mas não fala muito.

direto do moleskine viii

A política no Brasil entrou em sua fase moderna pós-ditadura: armando a esquerda com poder administrativo (que) dissolve o ideal revolucionário. As utopias, mudanças e reformas dão lugar a pura administração do que está aí.
Política deixa de ser embate entre ideologias para ser mera administração da máquina estatal (a diferença entre politic e policy -que estranhamente a wikipédia traduz como "política pública"- adoro a wikipédia). Questões de racionamento de recursos sempre baseados no "possível" porque já foi feito, no conhecido, no consolidado.
A política inglesa é isso puro. Uma das primeiras coisas que se estranha ao emigrar pra essa ilha é que não existe diferença política entre Torys e New Labor. A Inglaterra pós-thatcher e pós-crise financeira tem um concenso silencioso de que o negócio é segurar as pontas. O neo-liberalismo dos anos 80 desarmou a economia real do país, e a crise mostrou que o mercado financeiro só existe enquanto se acredita nele, e infelizmente como é só isso que resta, a cada banco que quebrava os MPs (membros do parlamento) batiam palmas em desespero. Ou seja, os dois partidos são a favor da primazia do setor financeiro (não que eles tenham escolha), os dois partidos não estão nem aí pra educação, os dois partidos são aliados incondicionais de Washington, os dois partidos são a favor de benefícios sociais que fariam Lula corar pela modéstia da Bolsa Família. E claro, ninguém nunca ousa falar nada sobre nenhuma mudança no sistema, aquelas coisas básicas tipo escrever uma Constituição.
O experimento americano da reforma do sistema de saúde mostra a resistência atual contra uma política de possibilidade. Não que seja uma coisa revolucionária (afinal, os eua é o único país "desenvolvido" a não ter um sistema público de saúde), mas americanos são americanos...
E a China, o país da moda? (aquele cuja economia iria dominar o mundo -até outro dia, pelo menos- igual o Japão nos anos 80, a união européia nos anos 90, etc...). A administração dos próprios recursos (que já são enormes, e somados aos investimentos externos) sem mudanças no sistema, não são revolução, não importa o quão bem sucedido seja. Não passa de mais um furo nas hipóteses da Ciência Política de direita, aquela que falava que com desenvolvimento economico vem o desenvolvimento social, aqueles caras que não sabem o que é Arabia Saudita, Brasil, Israel... A única diferença política que todo o desenvolvimento chinês teve pro seu povo foi que no próximo massacre em Tian´anmen vai ter videos no youtube.
Abaixo, evidência fotográfica que existem orientais com genitais subsaarianos.

quinta-feira

direto do moleskine vii


Quando eu digo "direto do moleskine" eu quero dizer alguma coisa tipo isso. Fiquei com preguiça de organizar as idéias, vai a coisa tosca mesmo.

segunda-feira

Neuras 2.2 (ainda o anexo da medicina)

A medicina mesmo é uma hibridização estranha. Cirurgiões não passam de artesões da carne, precisam muito mais habilidade manual do que conhecimento sistematico do corpo humano. Os caras que bolam as técnicas (tipo transplante de coração, ou as geringonças, como marcapasso, etc) são uns gênios, mas são poucos. O médico típico não passa de um grande banco de dados de sintomas, síndromes e remédios -e estratégias heurísticas pra ligar uns aos outros.
Essa é a grande sagacidade do método indutivo (ou especificamente a variação do paradigma indiciário, como chama Ginzburg em um de seus artigos -foi mal, procurei em todo canto um pdf disso, não rolou- tudo o que esse cara escreveu é foda demais, mas em particular o livro "Mitos, Emblemas e Sinais", que trata das raízes históricas dessa perspectiva -faça-se um favor e leia): o acúmulo de evidências que culminam em uma teoria, ou auxilia em sua concepção.
Mas não se engane, um monte de observações só valiam pra Sherlock Holmes porque ele sabia o que elas significavam: traços de pólvora só fazem o sentido incriminador pra quem sabe de sua ligação com a arma (do crime por exemplo).
Uma criança sonha que tem os pés de fora da cama. O que isso significa? O jovem Freud tem uma teoria que o permite interpretar esse sonho: os sonhos são tentativas do inconsciente de satisfazer desejos por meio de fantasias. Ora, diz Freud, toda criança deseja ser "grande", e os pés saindo da cama podem ser vistos como uma imagem de que a criança está tão crescida que nem cabe mais em seu leito.
Existem fronteiras perigosas entre o que se chama de prova ou evidência: como os atentos perceberam no exemplo psicanalista, o sonho só corrobora a idéia (de Freud) se você compartilha suas premissas (os sonhos são satisfações dos desejos, etc), ele sozinho não quer dizer nada. A diferença da pólvora (que foi liberada no disparo da arma e se fixou nas mãos do assassino) é que ela tem premissas muito mais aceitas, como as reações químicas envolvidas, a aderência a pele, etc. No fundo, também são um monte de sinais que precisam dessas "premissas" pra fazerem sentido.

Neuras 2.1 (anexo da medicina)




Essas formatações do saber não são só os cliches de "ciência burguesa" -como o neoliberalismo na economia e na política, ou o lysenkoismo e marxismo (pros soviéticos), mas estratégias de aquisição e sistematização dos dados inerente a cada disciplina. Menos do que epistemologia, estou falando de heurística, de enquadramento (framing). O próprio método experimental é uma tentativa de minimizar os viéses (políticos, de framing, etc), mas obviamente os menos ingênuos vão perceber que isso não passa de um outro enquadramento, de um outro objetivo a priori que não tem nada a ver com os dados em si. Toda pergunta esconde metade da resposta, e quando se pergunta uma coisa, inevitavelmente se deixa de perguntar outra.
Isso não quer dizer que vale tudo. Aí que entra o insight foda dos pragmatistas, mais verdadeiro é o que funciona. Dadas as aspirações que são estranhamente comuns entre as culturas (como se preservar os alimentos, ou se proteger de seus inimigos, por exemplo), é inegável que a geladeira e a metralhadora sejam vistos como "avanços" em direção a algo melhor, que a longevidade proporcionada pela moderna medicina ocidental está baseada em um sistema mais "verdadeiro" do que a acumpuntura e o feng shui. Se anos de análise com aquele psicanalista famoso não tem o efeito que uma cartelinha de valium garante, isso te diz algo a respeito das premissas de cada técnica.
A medicina é particularmente pragmática. Até o século xix competiam inúmeras maneiras de lidar com os problemas dos nervos, com as doenças da alma, até que o jovem Freud inventou uma técnica muito mais efetiva do que banhos de sais e hipnose, e a psicanálise se disseminou pelo mundo. Suas idéias influenciaram (e continuam influenciando) a humanidade de maneira revolucionária, porém, quando os psicofarmácos começaram a ser disseminados nos anos 1950, a comunidade médica rapidamente abraçou essa maneira muito mais efetiva (em termos de custo, de velocidade, de resultados) de lidar com a mente. Hoje é pouco provável encontrar um psiquiatra que saiba a diferença entre Ego Ideal e Ideal de Ego, mas eles sabem direitinho pra que que serve ritalina e haloperidol.

Neuras 2


Suavisando o tom arrogante da postagem anterior, vamos deixar as coisas mais didáticas. Antes de qualquer coisa, do começo: um monte de dados não explicam nada. Todo mundo que olha pra um macaco vê que se parece (e deve ser aparentado) com um ser humano, mas essa é uma idéia recente. Os ossos de dinossauros, que abundavam em escavações desde sempre, nunca criaram teoria nenhuma, foi preciso uma abstração genial pra encaixa-los num esquema. Os mesmos dados podem ser entendidos de diversas maneiras, e é desgraçadamente complicado tentar achar nas coisas algo que justifique o que nós pensamos delas.
Aliás, é fascinante como o mundo foi (e é) visto de maneiras tão diversas e coerentes por diferentes sistemas culturais. As religiões são o melhor exemplo, mas não o único. Mesmo a tentativa organizada de sistematizar o conhecimento (que hoje atende pelo nome enganador de Ciência) já teve "verdades" bem mirabolantes. E tudo isso com os mesmos dados. Exemplo fascinante? Leia esta pérola e fique de cara com o quanto o saber medieval faz sentido.
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Algumas nuances da perspectiva pragmática me agradam, e eu considero seriamente que o proposito atribuido ao conhecimento formata parte do que é visto como "verdadeiro", "útil", ou "científico". Exemplo: a medicina está (grosso modo) muito mais (pre)ocupada em saber como resolver os sintomas do que em entende-los. Claro que é útil entender o mecanismo de funcionamento das patologias, mas isso é definitivamente secundário. A história da aspirina é um caso disso -usada refinadamente desde 1899, só foram descobrir seu mecanismo de funcionamento no cérebro nos anos 1970. Ou o grande ganhador do premio Nobel de Medicina em 1949, o português Egas Moniz, que foi premiado por ter inventado uma cirurgia cerebral (uma versão melhorada da infame lobotomia) tão útil que é proibida hoje em dia. O fato é, tanto faz como funciona, deixava os epiléticos quietinhos (que é uma definição bacana de cura pra psicopatologias). Um de seus pacientes, no entanto, não estava curado o suficiente e baleou o médico (provavelmente devido a uma crise de abstinência).

*Anexo politicamente correto: mesmo a idéia de que todos os seres humanos são "iguais" (biologicamente a mesma espécie, a mesma coisa) é uma idéia recentíssima e não muito divulgada. Até hoje são vários os sistemas de crenças que dão status metafísico diferenciado pra homem e mulher, por exemplo, isso pra não falar nada dos que não se encaixam na dicotomia.

quinta-feira

Eu, Itararé 3


Essa briga entre os canais de tv no brasil é uma lição de pós modernidade pra quem nunca se adentrou na academia. Cai a idéia de imparcialidade e imperam as relações de poder.

Jornalismo é que nem comunismo: uma ótima idéia que não funciona.

quarta-feira

os nomes escrotos 2

Adeilton, Aerton, Alberico, Alcinda, Aldina, Altair, Alterio, Amancio, Amelho, Andraluza, Andreina, Andrelanya, Aristarco, Arlindo, Arnoldo, Auterio, Avelino, Bailon, Bailon, Belizario, Benidio, Biagio, Bismak, Cacilda, Cantidio Neto, Cizenaldo, Claudemir, Clebia, Clebson, Cleila, Cleton, Cleuton, Cleyder, Clodomiro, Corsino, Corsino, Dalvanira, Damiana, Daniane, Demerval, Devaldo Marcelino, Dilson, Dragmar, Dunia, Edemilson, Ederson, Edesio Petrus, Edilene, Edivaldo, Edivaldo, Ednilson, Elciomar, Eldo, Elenei, Elexandra, Elimar, Elimar, Emivaldo, Eraldo, Eriberto, Ermelindo, Erodiano, Eronilson Rego, Estevito, Evaneide, Evanilda, Fabiola, Flauberto, Flaviano, Flordelice, Francimar (f), Frankdener, Geisa, Gesus, Gilvanice, Gilvecio, Glaberton, Glades (f), Glauciane, Gleberton, Gonsalinha, Guaraciara, Guerlan, Guilardo, Guiomar, Helcio, Helimar, Hidely, Iclea, Icleia, Ildemar, Iracilda, Irailde, Irenildes, Irisneide, Irisneide, Isaura (m), Iva, Ivanildo, Ivanilton, Ivson, Izaira, Izaltina, Jandrei, Januar (m), Jesmeri, Joanir, Jocivaldo, Joicinara, Josafar, Josenilda, Josielio, Jucelio, Jucelio, Jucilene, Jucilene, Junia, Kellyn, Kleybe, Laurindo, Leidiana, Leidimar, Lenaide, Leodir, Leonildo, Limirio, Lindemar, Lindicea, Lindinalva, Lourival, Lucicleide, Luciene, Lussilva, Luzanira, Madson, Manfredo, Marceliso, Marinalva, Marineide, Marize, Marrussia, Mayla, Monaliza Jesus, Nadjane, Nalfran, Narivaldo, Narivaldo, Nascero Junior, Naziosete, Nelmaria, Nelreci, Niwton, Nucelio, Oriana, Orismar, Orlete, Orsis, Osmundo, Percio, Regineide, Renildo, Rosalina, Rosalino, Rosemi, Rosielma, Rosilene, Rubenildo, Sauria, Silviano, Silvimar, Sirley, Siulene, Taisaline, Teodomiro, Thelvyo, Udo, Valdelicio, Valdenio, Valdete, Vanderlene Dionisio (f), Vanderson, Vandilce, Vandilson, Vangela, Vanilda, Vantoir, Vilcon, Waldecir, Waltencir, Waltencir, Wanise, Warlei, Watilla, Welton, Welvia, Welzina, Wendel, Zaida, Zaurilda, Zenobio, Zicleia, Zuleide

os outros 5

Decidiram então que fariam uma suruba. Duas garrafas de vinho (rose) foram suficientes pros dois casais, as crianças estavam com os avós, ninguém acordava cedo amanhã, todos estavam no clima.
Quinze longos minutos depois, estavam todos satisfeitos. Se deram conta então que ninguém ali se lembrava de como se chupava uma buceta, de que se esqueceram de desligar a televisão, que todos ainda usavam meias, e dois nem tinham tirado a camisa. O único beijo de lingua tinha sido entre as meninas.
No fim, o senso de cumplicidade não vinha de terem acabado de penetrar uns aos outros, mas de terem escancarado o tédio. Muito mais que amantes, se viram como irmãos.

terça-feira

a felicidade

Teve uma festinha aqui em casa no sábado, na qual apareceram várias pessoas legais, somados aos meus hóspedes e minha namorada, pra tomar umas e ficar de boa. Eu ganhei presentes como não acontecia desde o começo da minha infância, tinha esquecido como isso é legal. Por conta dos meus convidados a gente acabou passeando bastante, e bebendo mais ainda, o que também foi muito foda, contando inclusive com um bolo (caixa de cerveja com velinhas) e cuecas britânicas de surpresa no dia, o que foi muito foda. Contrastando esses dias com o resto da minha estadia aqui, tudo ficou mais incrível ainda.
Pensando nisso enquanto eu bebericava um dos meus presentes engarrafados, cheguei a conclusão de que esse negócio que sempre falam de que a felicidade é um caminho, não um destino (e variações do tema) é uma puta mentira (na falta de uma palavra melhor). Já tive tempos muito mais alegres, mas eles se diluem em épocas, sofrem interferências na memória, e pior, não tem o contraste grave que uma cena tem.
Deve ser por isso que existem as festas, que muito mais do que bons tempos são o que ficam na memória. Ou a cerimonia do casamento, que não raro é visto como um auge mesmo em relações que duram bons anos. O caso extremo e mais elucidativo são com certeza as drogas, que deixam claro que o prazer e a felicidade são manipuláveis, lembrando velhas regras da psicologia tem alguma validade, como a de que a intensidade do reforcamento é inversamente proporcional a frequencia do estimulo. O que Cazuza disse muito melhor, falando que é melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez.

o aniversário


Grilo e Evil vieram me visitar. Amanda e eu compramos um oyster mensal. Não devo escrever nada aqui tão cedo. Feliz aniversário do Grande Incêndio de Londres.