quarta-feira

quality critic

"...Lendo o seu blog e o do , cheguei a uma conclusão: escrever é ingrato e pretensioso ao mesmo tempo. É ingrato porque quase ninguém lê o que outros escrevem, até porque todo mundo escreve alguma coisa. Se você não possui nenhuma ligação afetiva com a pessoa, ou não a conhece previamente, ou não foi indicada ou algo assim, porque a leria? Se a pessoa tem alguma coisa contra você e sua postura, pior ainda. As pessoas pensam: “ora, porque lerei isso? Ler? Quem esse idiota acha que é para que eu deva perder tempo da minha vida lendo o que ela tem a dizer?” o verdadeiro ato de escrever, meu amigo, deve ser quase como Kafka, que escrevia sem propósito exato, sem nem mesmo conceber fim ou meio exatamente... talvez esse seja o meio menos frustrante de escrever. É pretensioso pelo fato mesmo de você achar que o que escreve é interessante ou útil para existir no mundo e algum letrado se ocupar de ler... pensando nessas coisas, fico feliz de ter abandonado letras e parado de escrever para voltar a desenhar. O desenho resolve todos esses problemas. Você bate o olho, se for bom, você vê mais, se for ruim, você sai fora. Não importa se o cara é velho, novo, engajado, poético, político, filosófico, preto ou branco, se o desenho dele for bom, você olha, senão, você passa reto. As letras, aparentemente, se você não ler o texto, são todas iguais. Você precisa realmente se aprofundar na relação daqueles símbolos para começar a se relacionar com a obra, o desenho está ali, inclusive para os que não sabem ler. No fim, é mais fácil vender um desenho do que um texto, e essa é a triste verdade... agora acho que entendo porque antigamente a elite culta de escritores queria manter a população iletrada... acho que para justamente impedir que polulassem de escritores por todos os lados, e suas obras se perderem em mares de textos enfadonhos... inclusive, manter a escrita longe das massas também ajudaria a manter a “poética” a prosa, a literatura como arte maior, lugar que ela ocupou sobre as outras por muitos anos... porém hoje em dia existem tantos escritores que não conseguimos nem perceber se um é bom ou ruim. Até porque, na pós-modernidade não há lugares para Dostoievisks e companhia..."

Um comentário:

Anônimo disse...

hahaha... uma boa crítica.

mas na verdade eu não quero parecer poético quando digo que não escrevo somente para os demais, aê você diria: porque publicar?

deixo como uma necessidade de enxergar de longe, ver o que estava dentro sendo construído em uma bela montagem e articulada pesquisa de minhas idéias sendo destruída por comentários de outros e as vezes notada de uma forma que me escapou.

como diversas vezes ocorre