domingo

em defesa do racismo brasileiro

Muito já se disse da diferença entre o modelo racista brasileiro e o do norte -eua e europa (embora as coisas sejam provavelmente piores nas ex repúblicas soviéticas e no japão -o melhor exemplo pré expansão no pacífico sendo o povo Ainu).
A visão popular diz que aqui (no norte) existe uma admissão institucional do problema e soluções institucionais são postas em ação (cotas, bolsas, benefícios e legislação).
O problema é que qualquer ação institucional (pelo governo, por exemplo) sofre o risco de incorrer na estrutura racista de pensar as pessoas que
1. implica na falácia de atribuir a indivíduos as características associadas ao grupo (fulano deve ser malandro porque é carioca, e todo carioca é malandro); e
2. implica na idéia de que os integrantes dos grupos (preto, viado, bahiano, etc) agem sempre em benefício do próprio grupo, formando uma espécie de "organismo social".
O problema 1 é só uma questão lógica no formato "alguns homens são mortais; sócrates é um homem; logo sócrates é mortal" o que é um tipo de erro de inferência -a confusão entre "alguns" e "todos", ou pode ser um erro de indução mesmo, aquele velho conhecido.
O problema 2 é mais idiota ainda, mas como ele ainda é ensinado em muitos cursos de humanas (e pregado em igrejas, patriotismos e derivados) ele não é muito famoso como um erro. Existem diferenças entre o que alguns sociólogos (e antropólogos, e historiadores, e todos marxistas, e tod@s @s feministas, etc) falam (que supostamente é uma descrição do mundo), e do que é pregado pelo Estado e pelas religiões (que é um comando moral). O que é "errado" é a idéia de que isso é verdade no mundo que existe, a moral é outra história.
E por que é errado? Porque as pessoas simplesmente não são assim. Você não aceitaria se eu dissesse não te devo nada porque paguei os 10 paus que tu me emprestou prum outro homem também (afinal vocês são todos homens). Ou que você tem que me desculpar porque já pedi perdão pro outro brasileiro (porque vocês são todos brasileiros mesmo). Ou se eu prendesse um outro flamenguista pelo assalto do qual você foi vítima (afinal, são tudo urubu). Sim, esse é um dos argumentos das cotas racias, e ele é ofensivamente estúpido, mas felizmente ele não é o único argumento.

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