terça-feira

Neuras (pro Fábio)


Os anos noventa tiveram uma publicidade estranha pra psicologia. Bush (pai) chamou esses anos de "década do cérebro". Apesar da problemática relação do lobby psicofarmaceutico com o clã Bush (particularmente a corporação Eli Lilly, do famoso Prozac) e das promessas de glórias médicas que viriam das novas tecnologias, os anos noventa não foram particularmente diferentes do resto da história da psicologia. Nenhum Freud, nenhum Princípios de Psicologia, nenhum Manifesto Behaviorista, nenhuma Revisão do Comportamento Verbal, nenhum Modularity of the Mind. A ciência cognitiva já estava andando bem, a idéia de que o homem veio do macaco já tinha sido assimilada por alguns (poucos até hoje) no campo, mas nada disso foi (gravemente) afetado pelas imagens coloridas do cérebro.
Sem querer diminuir as grandes implicações médicas que saber qual pedaço de nervos dispara quando o rato sente um cheiro novo ou velho ou familiar (e algumas cobaias homo sapiens cujo cérebro não seja muito diferente dos livros textos) trazem, a verdade é que isso não difere muito de saber onde e qual chip dá choque dentro do iphone quando esse toca o alarme. Muito útil quando se precisa trocar uma peça defeituosa, mas bem pouco quando se quer entender o como a coisa funciona. Continua...

Um comentário:

Fabio disse...

Fora a introdução histórica, competentemente escrita, todo resto deste post é uma barbárie.

Aguardo a continuação para poder responder propriamente a este impropério.