sábado

mais memética

A proposta de entender a informação cultural como unidades replicantes (meme) sujeitas à regras análogas as que regem os replicadores de informação pra codificar proteínas (genes) constantemente esbarra, tateia, mas nunca nomeia, a sua conclusão lógica: a possibilidade de enfim "descobrir" uma meta-estrutura na cultura (e por consequencia na sociedade, na mente).
Qualquer proposta estruturalista faz bem em aprender do exemplo que funciona, a saber, na linguística (também conhecida como "a ciência social que deu certo"). A idéia central pra se entender a linguagem humana (ao contrário da dança das abelhas, do cantos dos pássaros, etc) é a capacidade de, usando um conjunto finito de signos combinados seguindo regras (também finitas) é possível construir um conjunto potencialmente infinito de sentenças diferentes. O melhor exemplo disso é a recursividade.
Estruturalismo, sob esse foco, seria uma tentativa de mapear as regras do sistema combinatório que origina as culturas. Sob essa frase inocente já se escondem alguns pressupostos, e pra não enganar ninguém com truques baixos de retórica, vamos deixar claro:
-cem anos de antropologia e linguística mais ou menos organizadas e séculos de história atestam uma variedade imensa na forma como as populações se organizam e pensam, mas a despeito dos esforços racistas, e dos darwinistas sociais, no fundo aparentemente todas as culturas compartilham diversos traços comuns. Vários desses universais tem uma série de tentativas de explicações funcionais/evolutivas, como a teoria do auto-engano proposta por Trivers (bem ancorado na idéia de gene egoísta -mas antes que você sinta o cheiro ideológico neoliberal normalmente associado ao gene egoísta, saiba que Trivers é um cara bem à esquerda disso, na verdade ele foi um dos poucos Panteras Negras brancos), ou simples compartilhamento fisiológico do mesmo modelo de corpo, tipo coisas óbvias, como andar de pé, ou não tão óbvias, como enxergar em cores. Não ria, tem gente que acredita que as culturas variam arbitráriamente, que não existem universais, que não existe nem objetividade (ou maneira de falar sobre isso).

Um comentário:

nefisto disse...

a esquizofrenia vai curalos.
ou a noção da gematria.
engraçado pq é um bando de macacos querendo estar certo e esquecendo que nada disso depende deles.
e patetico pq a propria nova função é a função anterior melhorada até romper e o mais sinistro que discutir não é porrada senão eu botava fé de meter bala.
se abster de interagir com gente feita de merda tem suas vantagens.