sábado

ficção

Robertto nasceu em uma família normal, numa cidade grande. Não acho que foi isso que fez Robertto ser como ele é, porque tem muita gente que nasce numa família normal numa cidade grande que não se parece nem um pouco com ele.
Robertto perdeu o pai cedo, fez terapia, repetiu a quinta série, e se mudou pra uma cidade menor, mas eu não sei o quanto do Robertto saiu disso aí: um monte de gente passa por essas coisas e nem por isso eu sou amigo delas, ou elas são metade do que o Robertto é.
Robertto começou a fumar cedo, se fantasiava de punk e se metia em brigas. Robertto começou nas drogas, e sua mãe assustada o internou numa clínica. Beleza, não é muita gente que passa por essas coisas, mas ainda assim, eu conheço um monte delas, e nenhuma é como o Robertto. Ele é um cara divertido, os outros nesse esquema costumam ser repetitivos, trágicos, ou infantis.
Robertto largou a escola, e de vez em quando sua mãe o empurrava algum emprego ou estágio, que Robertto rapidamente abandonava, tocava o foda-se. Ainda assim, ela bancou um apê pra ele. Isso definitivamente não fez o cara ser do jeito que ele é, ele já era do jeito que é antes, e talvez seja isso a coisa estranha com Robertto: enquanto todo mundo foi deixando de ser criativo, interessante e engraçado, ele continuou sendo. Robertto continua o mesmo muleque maneiro que eu conheci quando tinha 12 anos.

3 comentários:

Piotr disse...

ficção...?

Eduardo Ferreira disse...

hahahaha

B. disse...

nome ficticio historia nem tanto
hein hein