segunda-feira

doxa

Eleição no Brasil?
Durante um tempo pensei que seria menos autêntico falar sobre isso morando em outro país a tanto tempo, mas pensando bem, nos tempos da internet as fontes de todo mundo são mais ou menos as mesmas. A única diferença é a falta da televisão e das conversas informadas com outras pessoas preocupadas com o assunto. E como eu sou de Brasília, nem adianta vir com algum argumento de "viver a realidade do povo", porque convenhamos, a cidade dos concursados não tem nada a ver com o resto do país mesmo.
Dito isso, eu esqueci de transferir o meu voto pra cá (pra votar na embaixada) mas não estou nem um pouco triste com isso. A escolha entre um tucano e a idealização do presente é uma das piores escolhas que o brasileiro já teve no segundo turno dessas eleições. Falar de escolha já é problemático, porque na prática todo mundo já sabe como vai ser o governo eleito -vai ter Sarney, vai ter Michel Temer, vai ser o mesmo Brasil de sempre.
Ninguém vai acabar com os programas do governo (de redistribuição de renda -se você for lulista e assistencialistas se você for classe média), do mesmo jeito que o PT não reverteu as privatizações dos anos 90, o modelo do banco central independente, essas coisas que funcionaram. Ninguém vai melhorar a infraestrutura energética ou de transporte do país (mas vai continuar falando que fez, inventando siglas e jingles), ninguém vai sequer tocar no modelo educacional do país. Ambientalismo então, vai render umas conversas de bar por causa da Marina Silva e depois mais nada (alguém lembra da questão da educação que o Cristovam ficou martelando? e a influência que isso teve depois? então, a mesma coisa).
Como ambos os candidatos representam forças políticas bem definidas e com tempo de governo, só se engana quem quer. Serra pode até falar cheio de razão que o Estado é grande demais, mas todo mundo sabe que o governo dele só vai diminuir os serviços sem diminuir os impostos, o mesmo dinheiro vai continuar sendo sugado do suor da população. O PT vai continuar inflando a máquina até todo o centavo tributário ser usado na folha de pagamento de algum concursado em Brasília, e as obras que hoje não são feitas por incompetência administrativa vão deixar de ser feitas por impossibilidade financeira mesmo.

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