segunda-feira

doxa 1.1

A verdade é que o PT já não tem mais nada de novo a acrescentar no governo. Quando uma facção política fica esbravejando que o país está bem do jeito que está, que o Estado forte é necessário pra manter os (aparentemente excelentes) serviços públicos que tem, que o país agora é um global player na política internacional, bem, essa é a hora de botar alguém com mais senso de realidade no governo.
Não me entenda mal, Lula foi o melhor presidente da história do Brasil, nunca tantos melhoraram de vida em tão pouco tempo no país, e fazer isso sem mudar o sistema tributário, o pacto federativo, a legislação trabalhista, o judiciário, foi um feito hercúleo. Claro, fazer quaisquer duas dessas reformas acima citadas seria bem melhor pro país, e provavelmente teria os mesmos resultados sociais (só que sustentáveis), mas enfim.
Lula mostrou definitivamente que não se interessava mais por mudança quando renovou o imposto sindical, o mecanismo mais eficaz de neutralização do movimento trabalhista. Quando o sindicato não precisa fazer nada pelo trabalhador (que nem precisa ser filiado) e recebe dinheiro da mão do governo, não precisa ser nenhum gênio pra saber quais vão ser as prioridades desse tipo de organização. E olha que era só o presidente não renovar essa lei, mas nem isso. Fica a impressão de um governo que gosta demais do país, gosta de uma maneira estagnante, com medo de cortar os galhos mortos que pesam na hora de crescer.
Se o Brasil continuar melhorando eu aposto que em 100 anos ninguém vai se lembrar do presidente Lula. Esse não é um exercício estéril. Pense nos líderes de Estado ao longo da história do Brasil (de antes de você nascer). Os únicos que vêm a cabeça são os que deixaram marcas estruturais no país (o grosso da população vai se lembrar de Vargas e JK). Eu não sei as estatísticas de crescimento econômico e desenvolvimento social, mas sei da legislação trabalhista e de Brasília, ambas marcas (desfuncionais) que continuam tendo influência no país. Sério mesmo, quem foi Campos Sales, Venceslau Brás?

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