domingo

livros iv

Não me entenda mau, não sou simples filisteu ou ingênuo crente na ciência (como esses fascinantes new ateus dawkinianos -como se alguém precisasse de darwinismo pra desacreditar em deus), mas entre os anjos e os macacos eu não tenho dúvidas beibe, passe a banana.
De volta à literatura. Uma vez livre da ingenuidade de que o conteúdo ou tema do livro pode ser facilmente julgado (porque existem as infinitas possibilidades hermeneuticas, existe uma desprivilegiação de sentidos certeiros ou únicos, existe uma dependência de conhecimentos prévios pra se encaixar os significados, blablabla), fica-se com um critério bem simples pra se escolher o que ler: se o texto quer ser lido.
Lógico, isso não deve necessariamente levar para a estrutura cretina do best seller anglófono que sempre rápido, abusa das encruzilhadas xerazade, feito à imagem e semelhança da televisão. O que eu quero dizer é a escrita clara com um formato útil ao conteúdo. Não consigo não lembrar das frases secas de Nelson Rodrigues, que quando não emulam quase perfeitamente a fala natural das pessoas, dão ao próprio narrador uma impressão tão desinteressada que o leitor ingênuo pensa que o autor era um liberal.


Eu juro que estava bolando todo um jeito elaborado de criticar as redundâncias formalísticas da literatura moderna, opor alternativas intelectuais carregadas que mantém a simplicidade, de Humberto Eco até Borges, o quanto o livro de divulgação científica é como que um primo pobre dessas propostas -botando o conteúdo em primeiro lugar e o estilo como uma ferramenta pedagógica pra passar a mensagem de forma mais eficiente, e enfim ligar tudo isso a decadência política da tradição de crítica do status que tradicionalmente pertenceu à esquerda. Então, quem sabe outro dia, porque eu encontrei no youtube a melhor coisa já passada na tv brasileira. Malu, Gabriela, Debora, Maitê, we love you.

4 comentários:

Piotr disse...

Malu, o mito.

Piotr disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo Ferreira disse...

mermão... essa debora bloch que é uma uva... uma uva meus caros.

Eduardo Ferreira disse...

e só para ressaltar o vídeo publicado...

"meu amor, você não sabe o quanto eu esperei por essa bofetada... agora eu sei que posso te amar."

demais.