domingo

Neurose, robocop e buda ii

Neurose como a rigidez de regras internalizadas pelo indivíduo, ou simples exesso de regras (ou sua complexidade). Critérios demais pra escolher alguém pra namorar -por exemplo- são uma receita certa pra ficar sozinho, ou pelo menos demorar muito mais pra achar alguém.
Princípios inflexíveis são raramente vistos em políticos e milionários, a instabilidade das alianças e dos mercados elimina quem não está disposto a dar um jeitinho, esquecer inimigos e aliados.
Sistemas ineficazes podem ser bem sucedidos se forem maioria esmagadora e tiverem algum mecanismo de exclusão dos diferentes, como fundamentalismos religiosos ou windows. Uma regra do tipo "só me relacionar com pessoas de fé" não funciona em uma comundade de ateus, mas não é problema nenhum se seguida por alguém que more perto de uma igreja, por exemplo. Se o windows fosse introduzido em um mercado com o mesmo número de usuários de machintosh e linux seu market share seria bastante diferente hoje.
Essa propagação das protocolos (nos casos que permitem isso) adquire regras darwinistas. Mas isso não impede que regras "bem sucedidas" (que se propaguem melhor do que as alternativas) deem origem a sistemas mal adaptados.
Exemplo familiar seria um partido composto só de pessoas super-flexíveis ideologicamente , mas que nunca conseque dar um rumo ao governo, apesar de aumentar enormemente as chances de seus candidatos serem eleitos.
Outro exemplo bem conhecido é a Constituição de 1988. Em uma assembléia constituinte dividida radicalmente, a característica mais vantajosa pra qualquer pedaço de texto ser escolhido pra fazer parte do texto era a sua ambiguidade. Quanto mais vago o conteúdo, maior a chance de não ser eliminado por ninguém, e é isso que conta na democracia. Outra estratégia registrada na Constituição é a simples contradição imediata -você aprova uma lei que eu aprovo outra- é por isso que temos o direito de liberdade de expressão diretamente seguido da idenização por dano moral. O resultado é um programa mal escrito, cheio de contradições, buracos, e com regras demais. Não é a tôa que não funciona na prática.

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