quarta-feira

ii

Artélio acordou com o som da polícia batendo em sua porta. Não se assustou. Ele sabia que podia acontecer cedo ou tarde, todos sabiam que era ilegal ser um burocrata. Foram gentis, esperaram ele se vestir, o que o aliviou um pouco. Nunca passou pela sua cabeça sair de casa sem o terno.
Enquanto calçava as meias, via os policiais revistando seu quarto. Alguns faziam discretas caras de nojo quando olhavam pro corpo gordo de Artélio, outros quando viram o lixo cheio de comida congelada; outros ainda quando checavam a tv em frente a cama. Filmaram tudo, até quando ele entrou na viatura.

Nenhum comentário: