quarta-feira

hipertexto

Em algum momento vão existir serviços de captação biográfica virtual, ou arqueologia eletrônica de disperção, ou algum outro nome mais marketable.
Explico: até o advento do computador conectado na web 2.0 eram bem poucos os agentes que produziam material personalizado pro consumo das massas. Vídeos, músicas, textos e qualquer outra produção (artística, se você quiser) deixaram de necessitar o capital enorme (equipamentos de produção como estúdios de gravação, gráficas, infra estrutura de distribuição como publicidade em rádio, revistas e tv, etc) que antes eram a base do monopólio das grandes indústrias de mídias.
Aliás, o próprio monopólio tem toda uma história interessante que começa na crise de 1929 quando pequenos estúdios foram se juntando pra sobreviver, e depois comprando os menores. A mesma coisa aconteceu depois da segunda guerra, consolidando a dominancia americana, até a invenção da cassete. Depois veio a internet e a música, cinema e o jornalismo (numeros do mundo e do Brasil) nunca mais foram do mesmo tamanho.

Mas junto a essa queda dos grandes centros produtores de mídia vieram as possibilidades de personalização da produção. Qualquer um agora com acesso a um computador conectado pode produzir algo e disponibilizar pra um público potencialmente gigantesco a custo zero.
E claro, como essas coisas vão parar na rede, ninguém sabe exatamente onde deixou o que, quais caminhos obscuros em redes sociais com ou sem biquini a coisa tomou...
Eis que surge o profissional profecionado: o detetive dos dados, o escondedor de escândalos (eu disse que o nome ainda não foi decidido né?), o abortador de abortos, algo no gênero. O facebook tem um lance que diz com quem o usuário namora. Quanto tempo até disponibilizar uma lista de ex-parceiro(a)s? Será que no futuro vamos poder sobrepor gráficos epidemiológicos sobre redes sociais?
Eis que entra então o biógrafo do banal e queima arquivos, computa relações e resgata fotos comprometedoras. Ou mesmo operações menos extremas, tipo resgatar trabalhos pra escola feitos no google docs e nunca registrados em nenhum hd, emails perdidos de declarações de amor, declarações de imposto de renda, blogs panfletários esquecidos, aquele ensaio da banda que alguém filmou e ninguém sabo onde foi parar. Alguém vai ganhar grana com isso, garantido.

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