sábado

futurologia

A grande marca da sociedade moderna é a completa dominância da concepção de tempo linear. Isso não é pouca coisa. O abandono da idéia de tempo como um círculo, como um ciclo, como uma espiral, é um desenvolvimento que marca o abandono das mitologias, das maneiras de tentar domestificar o tempo com uma historinha confortavelmente previsível.
As últimas a cairem ainda resistem em bolsões menos racionais, como a escatologia judeo-cristã-maometana, as variações da revolução do proletariado, e as cômicas novas eras (cada vez com uma nova data, um novo profeta, um novo calendário), mas de modo geral o indivíduo educado não gasta muito tempo repetindo essas sandices. Esqueceram de trocar a água da era de aquário nos anos sessenta, malditos hippies preguiçosos.
A aceitação da impossibilidade de se prever o futuro, de entender que a história é complicada demais para aceitar programações ou planejamentos muito elaborados, é um fenômeno da modernidade em pé de igualdade com as grandes lições de humildades do pensamento ocidental. O modelo heliocentrico, o ser humano como nada mais que um tipo de macaco, a idéia de motivação inconsciente (e as hipóteses sexuais freudianas que inauguraram isso), parte do Kitocidenatal moderno. Mais sobre ele outro dia.

2 comentários:

Piotr disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Piotr disse...

hum hum, tá errado. estuda um pouco mais de história, de teoria também please, além de algo mais sobre culturas populares e tradicionais, o que, infelizmente já deve ter desaparecido dessa terra aí...