domingo
terça-feira
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on subtitles
quinta-feira
sexta-feira
Manual da visita menos incômoda
quinta-feira
Droid
domingo
deixando um belo corpo
Mas voltando a ideia mencionada, é divertido pensar nos contrastes e nas comparações entre as vidas dos escritores. Digo escritores (apesar da ideia original tratar de artistas em geral) porque, no meu limitado imaginário carcomido pelo efeitos emburrecedores do youtube, escritores sempre foram os mais infelizes dos artistas, dados a contradizer o fascínio que suas obras provocam no público. Provavelmente porque são obrigados a detalhar (e consequentemente moldar em certo grau) as ilusões que seus admiradores inevitavelmente irão imaginar ao consumirem seu trabalho.
Todo cidadão culto, se pressionado o suficiente depois de doses encorajadoras de algum narcótico, sabe gagejar alguma anedota (invariavelmente apócrifa ou ridiculamente cliche) sobre a vidinha de algum dos pilares da literatura ocidental. Kafka era um derrotado, Proust uma mocinha delicada, Dostoyevsky na sibéria, Borges morrendo cabaço, Jorge Amado metendo receitas baianas pra engrossar livros medíocres, blablabla. Tudo muito chato.
São poucos os escritores que realmente tiveram uma existência invejável, minimamente comparáveis com o peso intelectual das seus trabalhos. Tolstoi teve toda aquela juventude matando cossacos pelo czar antes de se converter, o que deve ter rendido umas belas noitadas. Hemingway serviu nas duas grandes guerras, somado aos anos na guerra civil espanhola (onde Orwell também estava), e ainda assim conseguia escrever sobre as frivolidades dos expatriados americanos em Paris.
E depois vêm os menores, tipo Conrad que chegou a capitanear um vapor, ou Melville, que realmente serviu num baleeiro. Rubem Fonseca chegou a ser cana no Rio, mas que eu saiba ele nunca trocou tiro com ninguém, e de qualquer jeito, todos esses foram tomados por uma vida burocrática, então, claro que eles perdem de qualquer um que serviu com as tropas anarquistas. E o mesmo (de acordo com esses critérios super-objetivos) aplica-se aos que tiveram vidas invejáveis só no sentido de terem trepado horrores, tipo Vinícius ou Sade. E eu digo trepado de verdade, não como essa geração pós-freud que fala fala e não faz nada, porque afinal de contas, a fala já resolve tudo (aham).
Tudo isso pra dizer que eu achei, completamente por acaso, o escritor que teve a vida mais cabulosa de todos. Yukio Mishima. Leia o artigo da wikipedia e se veja obrigado a concordar comigo. Menciono apenas algumas pérolas: homossexual inrustido, teve um caso com a mulher que mais tarde se casou com o imperador. Desiludido com as frescuras do mundo intelectual (seu primeiro livro foi um sucesso quando tinha apenas 24 anos) começou a se dedicar à alterofilia e kendo, enquanto continuava publicando romances e poesias. Pra fechar com chave de ouro, cometeu seppuku depois de uma tentativa falida de dar um golpe de estado num quartel do exército japones, advogando em vão o retorno da autoridade divina do imperador. Seu discípulo favorito o acompanhou no harakiri depois de ter falhado três vezes em decapitar seu mestre (como parte do ritual), o que acabou sendo feito por um outro seguidor mais versado na katana.
Impossível bater isso, uma vez que os critérios objetivos (mas como não?) dizem claramente que abrir o próprio bucho com uma wakisashi depois de tentar dar um golpe de estado é definitivamente mais legal do que ter lutado na guerra civil espanhola. Peguei um livro do cabra na biblioteca, tenho até remorso de não achar bom.Se pelo menos os anarquistas tivessem ganhado, George Orwell ainda estaria no topo da lista...
terça-feira
abençoados os que estudaram na unb, porque...
Sério mesmo, mas que belo exemplo de sensacionalismo barato. A UnB é um buraco zoado desde a ditadura, adivinha por quê? Porque o ensino de modo geral no Brasil é um buraco zoado. Aparentemente, rolou um apogeu iluminista até antes de 1964 no DF, mas quem entende dessas coisas é o Pedro, e como se trata de história do Brasil, evidentemente que ninguém se lembra nem divulga nada a respeito. Pelo que eu entendo das tretas universitárias (e entendo basicamente das que eu estava lá participando e queimando meu já chamuscado filme na graduação), você não precisa de filiação partidária pra causar estrago na universidade, embora isso definitivamente ajude.
Sem contar no mal gosto que é comparar a opinião de professores (que podem ter toda a razão do mundo) sobre as ingerências e incompetências de hoje em dia com as tragédias da ditadura militar. Não que a veja seja o bastião do jornalismo sério, mas mesmo com a óbvia pauta que a revista segue, igualar partidarismos ideológicos com assassinatos políticos ofende a dignidade não só das vítimas, mas também a de quem está reclamando da UnB de hoje. Afinal de contas, não é possível que esses acadêmicos estejam realmente querendo dizer que a falta de profissionalismo do atual reitor seja equivalente à tortura que foi infligida aos seus precursores.
Mais interessante seria comparar os números de artigos e livros publicados, o fator de impacto que a produção acadêmica tem, a influência dos projetos de extensão na comunidade, e comparar isso com as outras federais do país. Aí sim existiria um começo de margem pra uma avaliação decente da (suposta) decadência da UnB. Do jeito que está a coisa, a reportagem parece mais uma maneira de valorizar a autoestima dos eternos infelizes que todo ano são obrigados a pagar uma fortuna por faculdades particulares que conseguem ser (a despeito da ordem e infraestrutura de primeiro mundo) nada mais do que piadas frente à promiscuidade narcotizada que estuda numa federal. Mas claro, a veja não tem que apurar fatos ou fazer análises da realidade, tem que agradar seus leitores, logo...
sábado
vadias 2
Não que exista a necessidade de alguma mudança legislativa, uma vez que as roupas da vitima não são consideradas circunstâncias atenuantes na lei escrita (ao menos no Brasil e nos paises civilizados, principalmente os abençoados com a despresença do islã). A lei escrita, no entanto, não muda o fato de que vários indivíduos continuem acreditando na idéia bizarra de que minissaias e decotes causam impulsos sexuais violentos em seres humanos armados com um pênis.
E quando esses indivíduos (não exatamente os mais brilhantes exemplares da intelectualidade humana) ocupam posições-chave nas instituições que lidam com o estupro diretamente (na polícia, nos tribunais, os médicos, os psicólogos, etc) e indiretamente (os legisladores, os líderes religiosos, os professores, etc), o meme da responsabilização da vítima pode causar o estrago que deveria ser o grande motivo de protesto.
Eu digo "deveria" porque as vezes toda a "comoção" gerada pelo "movimento" (de universitári@s caminhando pelas calçadas) passa a impressão de ter como principal mensagem algo como "não queremos mais estupro" e "mulheres podem se vestir do jeito que bem entender", que somados dão a (um pouco mais sofisticada, mas ainda assim bem óbvia) "a maneira como a mulher se veste não deveria ser usada para justificar o estupro".
Eu não sei se o leitor está seguindo o raciocínio, mas pelo menos no meu humilde entendimento, caminhadas temáticas e gigabytes de escritos em redes sociais clamando o óbvio, que de tão óbvio já é inclusive codificado na lei a décadas, é de uma irrelevância impressionante, até mesmo pros padrões de despolitização dos anos 10.
vadias
De onde será que veio tanto desentendimento? Me vêm a cabeça a burrice somada a péssimas mães, mas nada que não possa ser adequadamente entendido dentro da máxima de que o mau gosto e a falta de educação ainda vão causar o fim da civilização.
segunda-feira
os outros
E na trepada de despedida fez questão de passar o grosso do tempo lhe dando uma boa chupada. Uma semana longe dela, e mais importante que isso, dela longe dele. Dessa vez não era visita familiar nem viagem a trabalho, era uma semana de agito com a amiguinha que não escondia que gostava dela. E por isso mesmo a bela chupada de despedida: se sentia como o cowboy no final do filme que ao ver o vilão desarmado a seus pés, dispensa seu revólver pra mostrar em igualdade de condições quem é o melhor. Se sentiu macho pra caralho.
quarta-feira
os outros
-Mas que saco, por que você continua insistindo nisso, já falei que não tem nada a ver
-Fala porra, responde a minha pergunta
-Beleza então. A diferença é que você eu já comi.
-Caralho, mas que romântico, hein, seu escroto
-Olha, eu já falei que sinto muito. Mas se você quiser discutir, é melhor você entender logo de uma vez que o que tu tá chamando de escroto agora é exatamente o que você achava romântico até outro dia. Lembra que você achou lindo quando eu larguei aquela tua amiguinha no mesmo dia em que eu te conheci? Lembra que você achou o máximo que eu te contei tudo assim, na lata?
-Mas eu achava que comigo fosse ser diferente, que fosse
-E foi porra. Foi escroto com ela e romântico contigo. Agora é escroto com você e vai ser romântico pra outra. A diferença é o ponto de vista. Escroto é o romântico dos outros.
segunda-feira
politicas publicas de quando eu dominar o mundo,
Esses governos de hoje em dia estão de sacanagem. Querer que um casamento, uma certidão de nascimento e um cadáver compense por toda a escrotidão do sistema é fazer pouco caso da famigerada política romana.
Primeiro porque a vaga idéia de que mataram Osama num tiroteio no meio do fim do mundo não é nem um pouco empolgante. Os velhos imperadores teriam a decência de capturar o cabra vivo, envenená-lo um pouquinho e pessoalmente sangrar o infeliz no meio do coliseu de Roma. Isso sim daria um pouco de significância às centenas de milhares de mortes atribuidas ao falecido. Não é a tôa que a civilização deles durou mil anos.
A falta de contrapartida ritualizada do poder exercido pelos lideres contemporâneos é das grandes ameaças à ordem estabelecida. E péssimo entretenimento. Eleições são bacanas e tal, mas são irrisórias se comparadas com as antigas cerimônias de admissão do poder dos poderosos.
E segundo, cadê meu pão?
domingo
Eu, Itararé
quinta-feira
voi ch'intrate: caixa preta
Tudo bem então, explicar certas coisas é dificil, e daí? Qual o problema em tentar entender, mesmo que as explicações sejam meio problemáticas a princípio?
O problema das "explicações" precoces é que quando se trata de explicar uma prática, elas geralmente vêm acompanhadas não só de descrições do coisa, como também de prescrições. O melhor exemplo são as gramáticas que usam na escola. Além de não explicar como a língua funciona, prescrevem uma série de regras que não fazem nenhum sentido na maior parte dos contextos de uso natural da língua.
Na psicoterapia é necessário estar sempre atento para a influência que as idéias do terapêuta exercem nos vários aspectos do trabalho. E elas são onipresentes. É preciso sempre lembrar que, apesar das concepções teóricas serem o que possibilita a existência da psicoterapia, elas devem sempre estar submetidas à demanda do paciente.
quarta-feira
voi ch'intrate
De preferência tenha um pouco de experiência clínica, embora isso não seja essencial de modo algum. Quando alguém escreve que o leitor precisa ter experiência em alguma coisa (ou vivência, ou ter sentido na pele, ou ter estado lá pra ver com os próprios olhos, etc), o que ele quer dizer é que ele não é articulado o suficiente pra explicar o que quer que seja que ele queira explicar, ou que o leitor não é inteligente o suficiente pra entender. Dito isso, talvez eu não seja articulado o suficiente pra me fazer entender. De todo modo o leitor pode se confortar com a garantia de que as idéias que serão expostas aqui não tem como ser vistas em qualquer outro lugar, o que quem sabe compense a dificuldade de entender.
Outro jeito de jogar a culpa do texto ilegível no leitor é exigir mais leitura prévia ainda, de preferência sobre assuntos completamente desconexos que ninguém nunca lê juntos. Como essa estratégia memética é boa demais para ser desperdiçada, leia também Foulcault, Marx, Wittgenstein, aprenda java script, leia sobre a parte mais chata e cretina da gerativa, Lakoff, Ginzburg, Reich, Simmel, Moscovici, Nietzsche, Taleb, Eco e não leia o Dennet -porque se ele entendesse de clínica ele provavelmente já teria tido essas idéias. Melhor ainda, não leia nada disso (menos ainda esse vazio aqui), clique aqui e fique de boa.
Povão
Fhc é um zumbi político. Já desde 2003, quiçá antes. Se não fosse pelo PIG, nem as enfermeiras do asilo lhe dariam ouvidos. Completamente irrelevante pra realidade política atual, o príncipe dos sociologos amarga hoje em dia o fato de que os vencedores é que escrevem a história. Qualquer que tenham sido seus méritos como presidente por oito anos, não é negocio pra ninguém relembra-los em bom tom.
O PT, que sempre antagonizou ferozmente todo governo que não do próprio PT, não tem dificuldade em repetir a mesma história anti-privatização, que não fazia sentido na época, e menos ainda hoje em dia quando os resultados são óbvios pra qualquer um com celular. O mesmo pros partidécos de esquerda.
E a "direita" tambem nunca foi grande fã do morto-vivo. Não sei exatamente por que motivo, se por alguma ação de governo como a Lei de Responsabilidade Fiscal (que diminuiu um pouco o poder dos coronéis e a loucura administrativa do executivo), ou só uma saudável suspeita de que o culto à personalidade acabaria convencendo o próprio adorado a não sair mais da política. Se os colegas do PMDB maranhense tivessem a ambição que Serra, Alkmin e o resto dos tucanos paulistas tem, quem sabe o Brasil não tivesse na sua quinta ou sexta década de ser parasitado pelo Sarney.
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Eis que então fhc decide que não é suficiente ser só irrelevante, é necessario justificar intelectualmente o porquê de ninguém prestar atenção no que ele pensa. Escreve uma longa e maçante pseudo-análise da realidade política do Brasil. Alguns atribuem ao texto um academicismo impenetrável, como um artigo de sociólogo. Pouco provável, porque a sociologia é um corpo teórico que embasa suas hipóteses de acordo com dados empíricos. Nada disso existe no texto. Evidentemente que prestar atenção em pesquisas, números e fatos não é o forte do ex-presidente.
Considerar esse folhetim como um mapa estratégico para a oposição também é de gosto duvidoso. Em uma das suas brilhantes considerações práticas sobre o que fazer, fhc diz que "Mais ainda: é preciso persistir, repetir a crítica, ao estilo do "beba Coca Cola" dos publicitários." Não so é infantil, raso, ofensivo a inteligência do eleitor, como meramente ecoa o que o PIG vem fazendo sem sucesso desde 2003. E olhe que o principe está falando de como se conquista a parte de educada do Brasil, porque o Povão, esse só deve entender esmola ou chicote.
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Uma dica para o ex-presidente: sempre que o senhor se sentir mal quando ouvir alguém repetir que houve compra de votos para a aprovação da re-eleição, ou que o esquema de privatizações foi feito com cartas marcadas para grande prejuízo do contribuinte, lembre-se que seu governo, em especial seu engavetador-geral, é que impediu as investigações que resolveriam o assunto. E convenhamos, chamar sua brilhante descoberta do poder das medidas provisórias de "modo lulista de governar" é de uma modéstia inacreditável.
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O miolo do texto é confuso e desconexo, mas não o suficiente para quem entende de onde os memes que fhc reproduz vem. A tara com o raciocínio de redes de Castells; a movimentação "grass-roots" da militância que elegeu Obama; a idéia de que a internet propiciou as inquietações no mundo árabe; e a óbvia noção de que o povo entende a política pelos seus resultados cotidianos, e não por abstrações esdrúxulas sobre ideologias. A originalidade do autor assusta mesmo o mais ardente defensor do príncipe, e sou obrigado a lembrar que quando o PIG (desimpressionantemente) divulgou que fhc era a favor da descriminalizacao das drogas, a Economist tinha manifestado a mesma opinião na mesma época...
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A única parte do texto que poderia ser levada a sério como um documento de oposição é um parágrafo que trata das arcanas complicações de política monetária do governo, como juros, dívidas e movimentações financeiras obscuras. O grande problema desses pontos (além da verdadeira dificuldade do leitor de entender o que diabos o príncipe quer dizer) é que o ex-presidente mandou nos oito anos nos quais o Brasil teve os piores juros, dívidas e movimentações financeiras obscuras. Querer passar uma imagem de saneamento econômico usando fhc como garoto propaganda é como tentar usar o ex-presidente lula para promover a educação.
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A verdade é que o texto é muito longo e mal escrito. O trecho do Povão é realmente o núcleo desse folhetim, e a repercussão pela internet (porque claro que o PIG não divulgaria essa pérola da velha elite politica) dessas poucas linhas é completamente adequada. O único ajuste que eu faria a esse recorte seria a inclusão de uma frase duas linhas acima, onde o príncipe constata que no Brasil "As oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas." Um verdadeiro testemunho à profundidade do intelecto de fhc.
Bônus -minha frase gigante favorita dessa verdadeira flor do lácio, digna de um imortal:
"Antes de especificar estes argumentos, esclareço que a maior complexidade para as oposições se firmarem no quadro atual comparando com o que ocorreu no regime autoritário, e mesmo com o petismo durante meu governo, pois o pt mantinha uma retórica semianticapitalista não diminui a importância de fincar a oposição no terreno político e dos valores, para que não se perca no oportunismo nem perca eficácia e sentido, aumentando o desânimo que leva à inação."
sexta-feira
Eu, Itararé
sábado
futurologia
As últimas a cairem ainda resistem em bolsões menos racionais, como a escatologia judeo-cristã-maometana, as variações da revolução do proletariado, e as cômicas novas eras (cada vez com uma nova data, um novo profeta, um novo calendário), mas de modo geral o indivíduo educado não gasta muito tempo repetindo essas sandices. Esqueceram de trocar a água da era de aquário nos anos sessenta, malditos hippies preguiçosos.
A aceitação da impossibilidade de se prever o futuro, de entender que a história é complicada demais para aceitar programações ou planejamentos muito elaborados, é um fenômeno da modernidade em pé de igualdade com as grandes lições de humildades do pensamento ocidental. O modelo heliocentrico, o ser humano como nada mais que um tipo de macaco, a idéia de motivação inconsciente (e as hipóteses sexuais freudianas que inauguraram isso), parte do Kit™ ocidenatal moderno. Mais sobre ele outro dia.
BRAS CUBAS CAPÍTULO LXVII / A CASINHA
A casa resgatava-me tudo; o mundo vulgar terminaria à porta; — dali para dentro era o infinito, um mundo eterno, superior, excepcional, nosso, somente nosso, sem leis, sem instituições, sem baronesas, sem olheiros, sem escutas, — um só mundo, um só casal, uma só vida, uma só vontade, uma só afeição, — a unidade moral de todas as coisas pela exclusão das que me eram contrárias.
domingo
os outros
doxa 5
Cuba só consegue justificar a desgraça que é por causa da ganancia americana. Taiwan só consegue ser o que é (com dinheiro americano) por conta de Pequim. Barbáries árabes continuam graças a Israel e Irã.
Mas o melhor exemplo tem que ser o Afeganistão, que é um inferno desde os persas, passando por Alexandre, mais gregos, uns (vários) outros indianos, chineses, mongóis, paquistaneses, árabes, russos, ingleses, russos de novo (dessa vez soviéticos), e americanos com uma pitada inglesa. Os nativos já devem instintos adaptados pra guerrilha por conta da seleção natural. Quem quer que consiga ter passado os genes ao longo dos últimos 3 mil anos naquele buraco teve que ser carne de pescoço. Se um dia acharem predisposição genética pra revolta armada, eu aposto que vem dali.
doxa 4
quarta-feira
Eu, Itararé
inside london xiii
Alguém mais exaltado poderia disso construir toda uma gênese apócrifa pro nascimento da alta cultura, toda ela baseada em pequenas espetadas de vergonha ante o julgamento certeiro de mulheres pouco impressionadas com seu mal gosto e falta de formação intelectual. Confúcio mesmo estava na boa lendo dragon ball z e jogando bola, quando de repente percebeu um grupinho de meninas virando os olhos de tédio. Sem outra opção, o coitado teve que escrever toda aquela porra na esperança de se redimir pras mulheres que ele nunca comeu nem nunca leram nada dele.
Repita o último parágrafo com figuras históricas aleatórias. Recheie de piadas anacrônicas. Quando for citar algum grego substitua menininhas por mancebos. Ache graça. Repita até rir.
segunda-feira
domingo
Eu Itararé
sexta-feira
quinta-feira
quarta-feira
dos rótulos 3
Qual a tara com a idéia de estereótipos sociais?
A idéia de que parte considerável da identidade individual é composta de categorias generalizadas de exemplos experienciados ao longo da vida é extremamente problematica empiricamente. Pior ainda quando a ideia é de que a "mídia" cria estereótipos que vão definir as aspirações e motivações das pessoas.
O primeiro grande problema é teórico: afinal de contas, por que existem os estereótipos que existem hoje e não outros? O que determina os estereótipos? A explicação comum é a de que os estereótipos de hoje são frutos de um processo histórico. A verdade é que isso não explica nada. Se a subordinação de gênero que existe hoje é fruto de um processo histórico, o que causou o estereótipo de genero no passado? É um reductio ad absurdum que satisfaz mentes menos inquisitivas ou atores que se beneficiam da desinformação causada pela idéia do poder causal de estereotipos sociais (mais sobre isso outro dia).
O segundo problema é que a idéia de causação social por estereotipos nao da margem para mudancas sociais. Afinal de contas, se a identidade e motivacoes do sujeito sao causados por estereotipos socias, por que alguem desviaria do padrao estabelecido pelo estereotipo? O que faria o individuo desviar do estereotipo? E se existe algum outro fator (ou mais de um) influenciando o individuo, quao grande eh essa influencia? Maior do que a dos estereotipos? Afinal de contas, existe alguma maneira de testar empiricamente a idéia da influência dos estereótipos sociais?
O terceiro problema é visto como apenas um detalhe técnico nos circulos acadêmicos: os estereótipos sociais são falsos, pura e simplesmente. Mulheres dirigem ônibus e caminhões, homens casados se assumem homossexuais a despeito das pressões em contrário, existem milionarios negros e nem todo asiático sabe artes marciais.
Quem sabe a idéia de causação da personalidade pelos estereótipos sociais seja baseada em pessoas com problemas de percepção, com dificuldades naquela parte da mente que não só percebe o mundo mas também imagina o mundo de maneiras novas. Se for esse o caso, é fácil ver o sentido nesse grupo de idéias, elas não passam de idéias para idiotas.